Na manhã da última sexta-feira (04), o presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Pernambuco (COSEMS-PE), José Edson de Souza, juntamente ao secretário Estadual de Saúde, André Longo, a superintendente do Ministério da Saúde (MS), em Pernambuco, Ana Cristina, e profissionais da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) receberam o secretário executivo adjunto do Ministério da Saúde, Alessandro Glauco dos Anjos Vasconcelos que veio em visita ao Estado para uma reunião que aconteceu no gabinete da SES-PE. Vasconcelos inicia o momento informando que o objetivo da aproximação é o de ajudar Pernambuco no que diz respeito à pandemia pelo Covid-19.

André Longo, reconhecendo a receptividade do Ministério da Saúde às solicitações realizadas nos últimos dois anos e citando os desafios pelos quais o Estado vem passando neste período, fez uma apresentação de retrospectiva do cenário epidemiológico de Pernambuco desde o ano de 2020, passando por informações de solicitações de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), taxa de mortalidade e capacidade de instalação de leitos. Com a última demanda de 65 leitos de UTI instalados no Agreste, Pernambuco soma 1.765 leitos de UTI. Ele citou solicitações já realizadas ao MS de cilindros, testes de antígeno e kits de intubação. “Oitenta e um municípios, no Estado, relataram dificuldade com oxigênio. Destes, 41 usaram a rede de abastecimento do Estado”, diz ele que completa com a informação de que 3 mil cilindros foram abastecidos via empresa de licitação. Quarenta e quatro municípios de Pernambuco foram atendidos com a parceria de municípios maiores que doaram, a exemplo de Recife.  Em seguida, o secretário estadual de Saúde sugere melhor regulamentação no fornecimento do oxigênio e solicita esforço adicional para os municípios do Agreste. 

Segundo André Longo, os maiores desafios de Pernambuco, atualmente, estão nos recursos humanos e na ausência de medicamentos. No que diz respeito à vacinação anti Covid-19, ele informa o esforço para dar celeridade ao processo com a ampliação de vacinados por faixa etária mas frisando que o momento é, ainda, delicado. José Edson de Souza disse que a última onda de casos de Covid-19 foi imprevisível em algumas instâncias. “A disposição de todos os leitos para a Covid-19 fragilizou os municípios junto com a falta de oxigênio. Os municípios devem reestruturar suas redes especializadas, também, em relação a kits de intubação e Equipamentos de Proteção Individual (EPI). A análise que faço dos municípios do Agreste, com os quais mantemos contato diário, é a de que existe um aumento de testagens em 2021 e declinada de casos graves. Nossa necessidade é a de que o MS venha com reforços nas questões de oxigênio e kits de intubação para que a gente funcione melhor”, explica ele. 

Alessandro Vasconcelos elogia a forte estruturação do Estado e afirma querer conhecer as boas práticas para que sejam difundidas no país, como é o caso da Central de Oxigênio. Ele reconhece a necessidade de desenvolver algo sólido para a Atenção Básica, uma vez que a maioria dos investimentos estão nos casos de média e alta complexidade. Uma das sugestões levantadas é a de investimentos de suporte de máscaras VNI para aliviar a pressão sobre os leitos de UTI. Disse ser importante levantar um estudo sobre as estatísticas de mortalidade dentro e fora da UTI e que a linha de cuidado pode ser pensada por macrorregião ao invés de focar, individualmente, em cada município. O secretário executivo adjunto explica a intenção de o MS reestruturar o Data SUS de forma a subtrair os outros sistemas e centralizar as informações, de forma que os dados possam ser fornecidos, diretamente, de cada hospital para diminuir a dependência e a burocracia das planilhas. O E-SUS Notifica deverá receber notificações de oxigênio por cada unidade de saúde para que haja melhor acompanhamento do uso de oxigênio em todas as regiões. Com a intenção de obter informações de todos os leitos que atendem pacientes com Covid-19, ele lança a ideia de cada município ter um sistema possível de conversar com municípios da mesma região, facilitando o fornecimento de informações. Outra sugestão foi a de contratar leitos em outras unidades de Saúde como Santas Casas e o diálogo com as universidades para o estabelecimento de pesquisas sobre o tratamento da Covid-19 que deve demorar a erradicar-se, no país. 

Também, solicitou informações sobre a vacinação da Influenza e como tem sido a separação das notificações da Covid-19, assim como o levantamento dos casos de dengue. A SES informa que, até o momento, não detectou a Influenza nas análises de Síndrome Gripal.