Representantes do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Pernambuco (COSEMS-PE) e da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) reuniram-se, na tarde da última segunda-feira (26) para uma reunião, em caráter extraordinário, da Comissão Intergestores Bipartite (CIB-PE). A vacinação anti Covid-19 foi a pauta principal da reunião. Junto a ela, foi apresentado um balanço sobre a situação epidemiológica, no Estado,  e informações sobre distribuição de insumos. 

O Estado informou que Pernambuco está na 16ª semana epidemiológica onde há leve redução de casos assim como, também, redução na solicitação de leitos. Segundo o secretário estadual de Saúde, André Longo, é a melhor situação já vista em dois anos. Apesar de esperançoso com o cenário, ele enfatiza a importância de não baixar a guarda. “Precisamos caminhar com cautela. É importante considerar a sazonalidade para o controle da pandemia e tomar cuidado nas atividades que estão sendo, paulatinamente, liberadas juntamente às demais medidas de prevenção. Contamos com o esforço de todos”, diz ele. O secretário informou, ainda, que o Estado está com uma meta de terminar o mês de abril com a instalação de mais 50 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Longo informou que o Ministério da Saúde (MS) têm distribuído kits de intubação e pede para que os municípios se manifeste caso haja alguma dificuldade relacionada a isso. “O Estado tem um quantitativo de estoque e abre canal para uma divisão, se possível, ainda, nesta semana. Queremos trabalhar com períodos curtos para fazer esse acompanhamento”, explica ele afirmando que, até o momento, Pernambuco não apresentou problemas com insumos ou abastecimento. 

Em reuniões com o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e o MS, foi acordada a entrega de 5,5 mi de doses da vacina Coronavac ao Programa Nacional de Imunização (PNI), até o dia 21 de abril. No entanto, somente 500 mil doses foram entregues, nesta semana, gerando um déficit de vacinas em todo o Brasil. Pernambuco esperava receber uma média de 152 mil doses, mas recebeu 28 mil. Isso gerou um atraso na vacinação da segunda dose, especialmente, para a população agendada para daqui a 10 ou 12 dias. Diante deste cenário, será necessário postergar a vacinação da Coronavac em até 40 dias. A SES sugeriu, ainda, avançar com a primeira dose da vacina Astrazeneca, cuja previsão de entrega para esta semana é a de 250 mil doses.  

O próximo passo na vacinação, indicado pelo MS, é o de avançar com as pessoas que possuem comorbidades, a exemplo de Síndrome de Down, nefropatas em hemodiálise, transplantados, pessoas vivendo com HIV e pessoas com obesidades mórbidas, isto é, com o Índice de Massa Corpórea (IMC) acima de 40. A pactuação da CIB seguiu a orientação do Comitê técnico estadual para acompanhamento da vacinação contra a Covid-19 de vacinar esse público por grupos de faixa etária em ordem decrescente. A previsão de início da vacinação deste grupo é em maio. O Estado apresentou uma proposta da vacinação desse recorte da população enfatizando que, com exceção da Síndrome de Down, todas as outras comorbidades precisam de apresentação de declaração assinada por um(a) médico(a) se for na rede privada, na Atenção Básica pode ter a assinatura de um(a) médico(a) ou enfermeiro(a). 

Foi anunciado que o MS vai receber, também, a vacina da Pfizer que será, a princípio, distribuída entre as capitais dos estados por causa de suas necessidades específicas de armazenamento. Para que a distribuição fique proporcional, os demais municípios receberão doses de vacinas de outros fabricantes. Essa distribuição deve ocorrer na próxima semana. 

Sobre o andamento do processo de vacinação dos profissionais das forças de segurança, destacada a necessidade de se pactuar um número para ser informado e encaminhado por ofício ao MS seguindo as ordens preestabelecidas.

O COSEMS-PE, na pessoa de seu presidente, José Edson de Souza, expressou preocupação em relação ao cenário de ausência de vacinas em um momento em que a credibilidade dos municípios com a população deve ser fortalecida. Sugeriu a solicitação de um prazo ao MS para a chegada de novas vacinas e solicitou esclarecimentos quanto à distribuição das vacinas de outros fabricantes junto com a Pfizer nas capitais. Também, sugeriu o repasse das Resoluções CIB ao MS de modo a deixá-los cientes das peculiaridades de cada região. 

A reunião, que contou com a presença de mais de 100 secretários municipais de Saúde, contou com debates e esclarecimentos de dúvidas.