As doenças socialmente determinadas, que são aqueles agravos que acometem principalmente as populações mais vulneráveis, foi tema da sala Mandacaru, na tarde desta quinta-feira (18), segundo dia de congresso, em Petrolina.
“Existe um movimento da OMS para o enfrentamento dessas doenças. Nesse sentido, o Brasil lançou, em 2023, o programa Unir para Cuidar, Brasil Saudável, voltado para a prevenção e enfrentamento dessa população”, comentou Bruno Ishigami, Secretário executivo de Vigilância em Saúde e Atenção Primária da Secretaria de Saúde de Pernambuco. “Essas enfermidades são todas infectocontagiosas e afetam preferencialmente algumas populações pelas condições de vida, falta de saneamento básico e excesso de exposição. Entre elas estão tuberculose, HIV, hepatite B, hepatite C, sífilis, leishmaniose, doença de chagas, entre outras”, acrescentou.
Sobre a importância de uma discussão como essa, que está sendo levada para mais de 100 municípios de Pernambuco, a Gerente de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde do Recife, Natália Barros, afirma que é preciso tornar as doenças socialmente determinadas em visíveis. “A população mais frágil é acometida de forma mais intensa. E é aí que mora a importância de trazer esse tipo de pauta como destaque, para que assim essa população se torne visível dentro da gestão municipal e estadual. Só assim será possível prevenir e tratar as pessoas”, pontuou.
Para Eduardo Bezerra, Diretor Geral de Vigilância Ambiental e Saúde do Trabalhador da SES-PE, que esteve presente na discussão, contribuindo com a temática da sala Mandacaru, essas doenças, que existem há anos e atravessam gerações, são um grande desafio para saúde pública. “Essas patologias não se resolvem apenas na saúde da pública, mas também envolve muitas outras áreas. Temos que aprender a trabalhar a informação e o contexto onde elas estão para podermos garantir politicas publicas mais efetivas”, concluiu.